Faculdades vão morrer.
Em 2011 o bilionário co-criador do Paypal, Peter Thiel, criou o Thiel Fellowship, um programa que investe 100 mil dólares em jovens brilhantes que desejam parar ou pular a faculdade.
De 2016 em diante, o número de inscritos no ENEM começou a diminuir anualmente.
Em 2018 grandes empresas como Google, Facebook, IBM, Hilton, Bank of America e Apple retiraram o requisito de um diploma para contratação de novos funcionários.
Em 2020 o número de alunos em universidades federais caiu 6,4% (em vez de aumentar como sempre acontecia).
O mundo está entendendo que o conceito de faculdade é defasado.
Os jovens hoje podem seguir dois caminhos: ignorar isso e continuar no caminho cada vez mais turvo (e desnecessário) de uma faculdade.
Ou entender melhor quais são as alternativas e tentar um outro caminho.
Nesse artigo trago uma opção, chamada de Empregos de Alto Aprendizado.
A linha de raciocínio é:
- Faculdades são defasadas porque demoram muito para lhe ensinar algo, ensinam conceitos atrasados e pouco aplicáveis no “mundo real”.
- Muitas pais e jovens até sabem disso, mas continuam depositando fé (e dinheiro) nelas porque:
- eles mesmo as fizeram e…
- acreditam que o diploma é necessário para conseguir um bom emprego.
- Isso poderia ser verdade há alguns anos, mas hoje não tanto porque:
- até grandes empresas como Google, Facebook, e Microsoft não exigem mais faculdade para cargos importantes e
- isso se tornou uma tendência.
- O que as empresas vão se importar cada vez mais é com o que alguém sabe fazer, e não o que um diploma diz que ela sabe fazer.
- Por isso, Empregos de Alto Aprendizado estão surgindo como alternativas a jovens que não desejam fazer faculdade mas querem aprender rapidamente e se tornarem úteis no mercado de trabalho.
Vamos entrar em mais detalhes em cada um desses pontos.
O problema das faculdades
O eixo X ilustra o Tempo que você demora para aprender alguma coisa.
Pela natureza da faculdade esse tempo quase sempre vai ser maior do que outras alternativas.
3 fatores que contribuem para esse argumento:
- Incentivos financeiros. O incentivo da faculdade é que te leve 4 ou 5 anos para você passar por todo material. Logo, mesmo que algo demore semanas para ser aprendido, a faculdade fará com que o mesmo material leve semestres.
- Nível dos professores. Hoje você pode aprender online com literalmente os melhores professores do mundo em diversas disciplinas:
Quer aprender sobre branding? Que tal fazer com o criador do Starbucks?
Quer aprender sobre start ups? Você pode fazer de graça o curso de Stanford e assistir com aulas de Mark Zuckerberg e Elon Musk.
Quer aprender a programar? Faça o curso de Harvard com o melhor professor do mundo. - Lag de aprendizado. Ou seja, quando você começa a aprender. Eu, por exemplo, terminei a faculdade de marketing em 2016, sem ouvir sequer uma vez a sigla SEO… … Sendo que isso já era discutido no “mundo real” desde 2010. Imagino que vão demorar ainda alguns anos para começarem a falar de inteligência artificial.E nós já estamos usando ela todos os dias em nossas empresas.
Logo, o tempo para se aprender uma disciplina dentro da faculdade, tende a ser grande.
Mas e a aplicabilidade do que você aprende na faculdade?
No eixo Y temos a Aplicabilidade do que é ensinado.
O quanto você vai usar determinada coisa dentro de um emprego, no “mundo real”.
Eu não devo usar “História da Arte II” na minha vida, e mesmo que usasse, um livro ou uma aula rápida poderia ser o suficiente.
E não dois semestres inteiros, como eu tive na minha faculdade de marketing, por exemplo.
A faculdade te ensina muitas coisas que você nunca vai usar.
E sim, existem coisas que você até pode utilizar, ou que podem servir como ginástica pro seu cérebro.
Mas há, com certeza, alternativas melhores também.
A aplicabilidade do que você aprende é uma soma de O QUE você está aprendendo x COMO você está aprendendo.
Você poderia pensar nesse eixo como um espectro que vai de “nunca vou usar isso na minha vida” até “faz parte da minha rotina”.
Mas se a faculdade ensina de maneira demorada e pouco aplicável, qual é a alternativa?
A primeira alternativa é tentar empreender logo de cara.
Mas as chances de sucesso são baixas.
Você não sabe o que você não sabe.
Não tem direcionamento ou nem habilidades.
Por isso, eu proponho uma outra alternativa: um Emprego de Alto Aprendizado.
O que são Empregos de Alto Aprendizado? (EAAs)
Considero os EAAs – empregos que ensinam habilidades concretas para jovens em formação, essenciais para que eles aprendam enquanto fazem, e não antes de fazer.
São empregos que:
- Não necessitam de diploma. A principal diferença entre um EAA e um programa de trainee, ou estágio, é que os EAAs são feitos para você aprender diretamente no trabalho e não dentro de uma sala de aula. Por isso, o diploma não é apenas dispensado, como, muitas vezes, desencorajado. Tempo gasto na faculdade poderia ser tempo investido em aprender e usar as habilidades no mundo real.
- Adquirem habilidades concretas. Habilidades concretas como edição de vídeo, copywriting, gestão de tráfego, desenvolvimento, web design, modelagem financeira, etc… são essenciais para essa idade, são habilidades em que você não pode se esconder atrás de abstrações. Você pode fingir que é uma “pessoa comunicativa com espírito de equipe”, mas você não consegue fingir que sabe criar um site responsivo. Habilidades concretas ainda dão confiança e ímpeto para jovens iniciantes no mercado de trabalho, e um pilar no qual elas conseguem se sustentar.
- Adquirem mais de uma habilidade. Além de uma habilidade concreta, um EAA deve induzir o profissional a aprender outras habilidades adjacentes. Um webdesigner pode aprender sobre copywriting, um vendedor pode aprender sobre edição de vídeo, e assim por diante.
Crescimento rápido de acordo com o que você entrega. Por não estarem condicionados a diplomas ou idade, são tipos de emprego onde você pode crescer rapidamente. (Você não precisa esperar uma graduação, pós, ou MBA para subir de nível).
Logo, você tem um contraste claro em relação às faculdades.
Você pode investir seu tempo e dinheiro num EAA que vai te entregar mais habilidades em menos tempo… e em quanto você recebe dinheiro, em vez de gastar.
Ah, mas porque você não pode fazer os dois? Ter uma faculdade E também um EAA?
Você pode.
Mas eu argumento que você não deveria.
Enquanto você está numa sala de aula com um professor muitas vezes mal pago, lhe ensinado algo pouco aplicável, você poderia estar aprendendo algo realmente aplicável.
Em vez de estar na aula de “História da Arte II”…
Você poderia estar aprendendo a criar designs persuasivos no WebFlow, como o Davi, por exemplo, webdesigner de 19 anos da nossa equipe, que cria páginas responsivas que são acessadas centenas de milhares de vezes por mês.
Em vez de estar na aula de “Técnicas de Narrativa Visual”…
Você poderia estar criando vídeos, como o Jadson de 22 anos, que edita vídeos que já foram vistos por milhões de pessoas.
Em vez de estar na aula de “Redação e Gramática”…
Você poderia estar criando roteiros de anúncios como o Eduardo, que tem apenas 19 anos.
Em vez de fazer um trabalho em grupo para conclusão do semestre para aprender a “lidar com pessoas”…
Você poderia estar de fato gerenciando pessoas, como o Juan, que virou gerente de nossa agência de marketing com apenas 21 anos (e que cresceu tão rapidamente que já está comprando uma casa para sua família).
Exemplos próprios das nossas empresas não faltam, e são um dos motivos pelo qual quase nenhum funcionário nosso tem faculdade.
Ok, deu para entender o sentimento.
Mas…
Onde conseguir um EAA?
Imagine que você está avaliando dois candidatos para uma vaga de EAA. Ambos candidatos são jovens e ainda não tem nenhuma habilidade concreta.
Mas o primeiro candidato foi jogador de xadrez que venceu campeonatos regionais na sua adolescência, e tem uma página no instagram onde compartilha novidades e memes do mundo do Xadrez.
O segundo candidato não tem nenhum hobby e passa a maior parte do seu dia dentro do Tik tok.
Quem você acha que tem mais chances de ser contratado?
O primeiro passo para conseguir uma vaga de EAA é ser mais interessante.
Como você pode ser mais interessante?
Mostre seu trabalho. Teste coisas. Seja curioso.
Você gosta de criar ou editar vídeos? Crie um portfólio no YouTube.
Gosta de escrever? Escreva em um blog.
Se interessa em finanças? Mostre suas planilhas.
Mexe com design? Divulgue seu trabalho no Behance.
E se você ainda não gosta de nada?
Teste diferentes coisas para ver o que te apetece mais.
O segundo passo é encontrar vagas e aplicar.
Você pode fazer isso:
- Buscando grandes empresas que já liberam vagas que não necessitam de diplomas. Filtre por vagas que não necessitam de diplomas, por exemplo, em sites com Catho e Vagas.com.br
- Buscando empresas menores em ascensão, como as nossas, por exemplo. Fique de olho em empresas que aparecem toda hora pra você, ou em matérias de negócios. As chances são de que elas estão crescendo, tem pessoas jovens no seu comando e entendem que faculdades não são obrigatórias.
- Tente “criar sua própria vaga”. Encontrar um lugar em que você gostaria muito de trabalhar e pensar como ser notado pelos recrutadores.
O Juan, por exemplo, da história acima criou um site persuasivo “vendendo” suas habilidades para nós. Funcionou.
(E claro, se você deseja entrar em uma de nossas empresas, aqui fica o convite).
Resumindo:
- A grande maioria das faculdades é ineficiente.
- Jovens poderiam investir melhor seu tempo de fato entrando numa empresa que não necessite de um diploma.
- Empregos de Alto Aprendizado serão cada vez mais comuns.
PS: e Faculdades de Medicina, Direito, Engenharia, etc…?
Essas ainda têm seu espaço, mas devem passar por mudanças nos próximos anos.